Você sofre com Infecções vaginais de Repetição? Dra. Graziele Cervantes é Ginecologista em São Paulo e explica como podemos resolver esta questão!
Você sofre com infecções vaginais de repetição? Neste texto explicamos como os defensores e agressores da sua vagina agem e como mantê-los em equilíbrio.
Se você é daquelas mulheres que acha que a sua vagina vive de mau humor e que está em guerra com seu corpo naqueles momentos mais inoportunos do mês, eu posso te ajudar!
Então, chega de achar que ela é sua inimiga! Basta entender um pouquinho de como ela funciona e de que forma ela “briga” por você e, voilà!
Inicialmente, precisamos aceitar e entender que, assim como em todas as partes do nosso corpo, a vagina também possui seus próprios habitantes, ou seja, uma microbiota capaz de defender o meio vaginal.
Em 1892, o médico alemão chamado Dr. Albert Döderlein descobriu as principais bactérias que compõem a flora vaginal, chamados bacilos de Döderlein.
Estas e outras bactérias exercem funções de defesa e são capazes de bloquear a invasão de microrganismos e de produzir compostos antimicrobianos para manter o pH vaginal estável (pH 3,5-4,5).
Então, isso explica a guerra diária vivenciada em nossa vagina, já que as bactérias que compõem a flora vaginal de defesa estão sempre armadas e trabalhando ao nosso favor.
Assim, quando alguma dessas formas de trabalho é quebrada, diminuída ou alterada, os microrganismos invasores conseguem se proliferar causando aqueles transtornos mais indesejados que conhecemos muito bem.
Dentro das alterações vaginais mais conhecidas, podemos destacar:
É uma das infecções mais comuns e pode afetar até 70% das mulheres, principalmente as jovens e em idade reprodutiva.
Há uma maior associação quando a paciente tem relação sexual com pessoas do mesmo sexo, tem múltiplos parceiros e baixo uso de preservativos.
Então, a vaginose produz secreções abundantes e é conhecida por ter um cheiro MUITO ruim relacionado ou não as relações sexuais. Muitas vezes, ela pode causar grandes infecções e até afetar o estado de gravidez da paciente.
Ocorre por bactérias que podem afetar tanto homens como mulheres. São sexualmente transmissíveis e sua presença pode acarretar em infecções de grande importância e repercussão no nosso corpo, por isso merecem atenção especial.
Além do tradicional corrimento, ela pode acarretar dor ao urinar e sangramento após a relação sexual.
Esta doença não é causada por bactérias, e sim por fungos. Então, seu aparecimento pode passar despercebido ou causar uma importante irritação vaginal associada a ardência ou coceiras intensas.
Além disso, sua secreção tem característica própria, lembrando um leite coalhado (branca e com grumos espessos).
Esta inflamação não é tão comum e tampouco causada por microorganismos invasores, mas sim por um excesso dos moradores vaginais, Lactobacillus.
Assim, a alta acidez promove sintomas parecidos como ardência ou coceiras e que não melhoram com os tratamentos convencionais.
Mas espere ai! Então meus próprios defensores vaginais podem causar aquela irritação inconveniente?
Isso mesmo, garota! O negócio é mantermos o nosso corpo em equilíbrio para, enfim, “vivermos em paz”.
Bom, sabe-se que manter a nossa imunidade elevada é a melhor arma, assim, a famosa dieta equilibrada e atividade física não podem faltar.
Por exemplo, alguns estudos correlacionam o alto consumo de leite e seus derivados como um dos fatores de desequilíbrio, fique atenta!
Além disso, medicações, como antibióticos e anticoncepcionais também podem atrapalhar. A falta de preservativos no ato sexual ou períodos específicos da mulher, como o pré-menstrual, gravidez e menopausa também merecem atenção.
Então, podemos observar que são os hábitos de vida que fazem a diferença.
Assim, medidas como manter o preservativo ativo, ter um estilo de vida o mais saudável possível, evitar o biquíni molhado no verão, duchas vaginais e absorventes diários podem fazer toda a diferença.
Lembrem-se que cada tipo de infecção apresenta características únicas, mas podem se confundir.
Dessa forma, somente a médica observará estes detalhes cuidadosamente ao te consultar e, se preciso, solicitará exames complementares para iniciar o tratamento adequado para cada tipo de infecção.
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