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Doença inflamatória pélvica (DIP): quais são as causas e como tratar?

19 de setembro de 2024
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A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) é uma condição que afeta o sistema reprodutivo feminino, frequentemente resultante de infecções sexualmente transmissíveis.

Caracterizada pela inflamação dos órgãos reprodutivos, como o útero, as trompas de Falópio e os ovários, a DIP pode levar a diversas complicações, incluindo infertilidade e dor pélvica crônica, se não tratada adequadamente.


Assim, é indispensável estar atenta aos sintomas que acompanham essa condição e as opções de tratamento disponíveis para garantir a sua saúde reprodutiva e bem-estar.


O que é a doença inflamatória pélvica e quais são seus sintomas?


A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma infecção que afeta os órgãos reprodutivos femininos, incluindo o útero, as trompas de Falópio e os ovários.


Ela ocorre quando bactérias, geralmente transmitidas sexualmente, se espalham do colo do útero para os órgãos internos, causando inflamação e, em casos graves, danos permanentes.


Os sintomas dessa condição podem variar de leves a graves e, em alguns casos, podem até passar despercebidos.


Porém, os sinais e sintomas mais comuns incluem:


  • Dor na parte inferior do abdômen;
  • Dor durante a relação sexual;
  • Secreção vaginal anormal que pode ter um odor forte e desagradável;
  • Febre acompanhada de calafrios;
  • Sangramento fora do período menstrual ou após a relação sexual;
  • Dor ao urinar;
  • Fadiga e mal-estar geral.


Quais são as principais causas dessa condição?


Entre as causas mais comuns dessa condição, podemos destacar:


  • Infecções sexualmente transmissíveis: as bactérias Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, responsáveis pela clamídia e pela gonorreia, são as principais causadoras da DIP;
  • Infecção pós-parto ou pós-aborto: infecções que ocorrem após o parto, aborto espontâneo ou aborto induzido podem se espalhar para os órgãos reprodutivos e causar DIP, especialmente se houver manipulação inadequada do útero;
  • Cirurgias ou procedimentos ginecológicos: procedimentos, como biópsia endometrial, curetagem, ou cirurgia para remoção de cisto de ovário podem aumentar o risco de infecção se as condições assépticas não forem rigorosamente seguidas;
  • Duchas vaginais: o uso de duchas vaginais pode alterar o equilíbrio normal das bactérias na vagina, empurrando bactérias prejudiciais para os órgãos reprodutivos superiores, aumentando o risco de DIP;
  • Histórico anterior de DIP: mulheres que já tiveram DIP anteriormente têm um risco maior de desenvolver a condição novamente.


Como é feito o diagnóstico da doença inflamatória pélvica?


Inicialmente, avaliamos o histórico médico e sexual da paciente, além dos sintomas presentes.



Em seguida, realizamos um exame físico pélvico, que inclui a palpação do abdômen e um exame pélvico, onde verificamos a sensibilidade ou dor nos órgãos reprodutivos.


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Além disso, encaminhamos a paciente para a realização de testes laboratoriais.


Assim, amostras de secreção cervical são coletadas para identificar a presença de bactérias causadoras de infecções sexualmente transmissíveis.


Já os exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal e ressonância magnética, são frequentemente utilizados para visualizar os órgãos reprodutivos internos.


Por fim, em situações mais complexas ou quando o diagnóstico não é claro, podemos realizar uma laparoscopia diagnóstica.


Esse procedimento envolve a inserção de uma câmera fina e flexível através de uma pequena incisão no abdômen para visualizar diretamente os órgãos reprodutivos, sendo o método mais definitivo para confirmar a DIP.


Quais tratamentos estão disponíveis para a DIP?


O foco do tratamento é a administração de antibióticos, fundamentais para combater a infecção.


Podemos administrar esses antibióticos por via oral ou intravenosa, dependendo da gravidade do caso.


Além disso, se a DIP for causada por infecções sexualmente transmissíveis, é fundamental que os parceiros sexuais recentes sejam informados e tratados para evitar a reinfecção.


Durante o período de tratamento, aconselhamos que a paciente descanse e mantenha uma boa hidratação para auxiliar na recuperação.


Embora a presença de abscessos pélvicos seja uma complicação séria, a intervenção cirúrgica é raramente necessária, sendo reservada para casos que não respondem ao tratamento convencional.


Quais são as possíveis complicações a longo prazo da DIP não tratada?


Se a Doença Inflamatória Pélvica (DIP) não for tratada de forma adequada, pode resultar em várias complicações graves a longo prazo.


Uma das principais consequências é a infertilidade, que ocorre devido à inflamação e cicatrização das trompas de Falópio, que podem se tornar obstruídas.


De acordo com a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), pacientes com danos leves têm uma probabilidade de 3% de enfrentarem dificuldades para engravidar no futuro. 


Danos moderados elevam essa probabilidade para 13%. 


Quando a inflamação pélvica causa danos severos às trompas, as chances chegam a 29%.


Além disso, essa obstrução das trompas de Falópio aumenta o risco de gravidez ectópica.


Outra complicação grave é o dano crônico aos órgãos reprodutivos.


Esse dano pode resultar em dor pélvica crônica, que se manifesta como dor persistente e desconforto na região pélvica.


Além dessas complicações, a DIP não tratada pode levar à formação de abscessos pélvicos, que são coleções de pus nos órgãos reprodutivos ou nas áreas circundantes.


Por fim, a DIP também aumenta o risco de desenvolver aderências, que são faixas de tecido cicatricial que podem unir órgãos ou tecidos que normalmente não estão conectados, causando dor e problemas de fertilidade.


Quais são as medidas preventivas para evitar a doença inflamatória pélvica?


Algumas das principais estratégias para evitar o desenvolvimento dessa condição incluem:


Práticas sexuais seguras


O uso consistente e correto de preservativos durante as relações sexuais é fundamental para reduzir o risco de contrair ISTs, como clamídia e gonorreia.


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Testes regulares para ISTs


Realizar exames regulares para infecções sexualmente transmissíveis, especialmente se você tem múltiplos parceiros sexuais ou um novo parceiro, ajuda a identificar e tratar infecções precocemente, antes que possam se espalhar e causar doença inflamatória pélvica.

Limitar parceiros sexuais


Limitar o número de parceiros sexuais reduz a exposição a infecções sexuais, diminuindo, assim, o risco de contrair uma infecção que possa evoluir para DIP.


Evitar duchas vaginais


As duchas vaginais podem alterar o equilíbrio natural de bactérias na vagina e empurrar bactérias prejudiciais para os órgãos reprodutivos superiores, aumentando o risco de doença inflamatória pélvica.


Além disso, reforçamos que consultas ginecológicas regulares permitem a identificação precoce de quaisquer sinais de infecção ou outras condições que possam evoluir para DIP, permitindo intervenções adequadas.


Portanto, se você estiver experimentando sintomas associados a essa condição, agende uma consulta com a ginecologista o mais rápido possível.



Um tratamento personalizado é fundamental para evitar complicações graves e preservar sua saúde.


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Formação da Dra. Graziele Cervantes

  • Ginecologista e Obstetra formada pela Maternidade Darcy Vargas - SC em 2016;
  • Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2016-2018);
  • Curso de Imersão em Laparoscopia em Clermont-Ferrand, França (2019);
  • Especialização em Longevidade e Medicina Ortomolecular;
  • Médica Assistente do Setor de Endoscopia Ginecológica e Endometriose da Santa Casa de São Paulo;
  • Professora da Pós Graduação de Videoalaparoscopia e Histeroscopia da Santa Casa de São Paulo - NAVEG;
  • Mestra da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
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