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Gestação ectópica: o que é e como identificar?

17 de dezembro de 2024
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A gestação ectópica é uma condição em que o embrião se implanta fora da cavidade uterina, geralmente nas trompas de falópio, mas também podendo ocorrer nos ovários, no colo do útero ou na cavidade abdominal.

A gravidez é um momento repleto de expectativas e emoções, mas, em alguns casos, podem surgir complicações que necessitam de atenção médica imediata. 


Neste artigo, vamos explicar o que é uma gestação ectópica, por que ela ocorre, seus sintomas, formas de diagnóstico, complicações e os tratamentos disponíveis.


O que é uma gestação ectópica e por que ela ocorre?


A gestação ectópica acontece quando o embrião se implanta fora do útero, em local inadequado para o seu desenvolvimento.


Essa condição ocorre mais frequentemente nas trompas de falópio (também conhecidas como tubas uterinas), mas também pode acontecer nos ovários, no colo do útero ou, raramente, na cavidade abdominal.


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Esse tipo de gravidez é inviável porque esses locais não possuem estrutura para acomodar e nutrir o embrião em crescimento, o que pode causar sérias complicações, como o rompimento da tuba uterina e hemorragias internas.


Portanto, é uma situação que pode colocar a saúde e a vida da mulher em risco e trata-se de uma emergência médica que exige diagnóstico e tratamento precoces.


Mas por que isso ocorre?


A gestação ectópica pode ser desencadeada por diferentes fatores que interferem no transporte do óvulo fertilizado até o útero, como:


  • Inflamação ou cicatrizes nas trompas de falópio devido a infecções ou cirurgias anteriores.
  • Endometriose, que pode afetar a estrutura das trompas.
  • Malformações congênitas no sistema reprodutivo.
  • Uso de dispositivos intrauterinos (DIU) ou de tratamentos para infertilidade.


Embora nem sempre seja possível identificar a causa exata, conhecer esses fatores de risco pode ajudar na prevenção ou na detecção precoce da condição.


Quais são os sintomas de uma gestação ectópica?


No início da gestação ectópica, ela apresentará os sintomas comuns de uma gravidez. 


Porém, caso não seja identificada no ultrassom e evolua, os sintomas geralmente incluem:


  • Dor abdominal ou pélvica: frequentemente intensa e localizada de forma unilateral, ou seja, em apenas um lado da pelve.
  • Sangramento vaginal anormal: o sangramento pode ser leve ou semelhante a um ciclo menstrual, mas com características diferentes, como maior irregularidade.
  • Dor nos ombros: um sinal preocupante de que pode haver ruptura da tuba uterina, causando hemorragia interna e irritação do diafragma.
  • Tontura ou desmaios: esses sintomas estão relacionados à perda de sangue interna grave, o que pode levar ao choque hemorrágico.


Se você apresentar qualquer um desses sinais, procure um médico imediatamente, pois a gestação ectópica pode evoluir rapidamente para uma emergência médica.


Como a gestação ectópica é diagnosticada?


O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações graves. 


Para identificar uma gestação ectópica, utilizamos uma combinação de avaliação clínica, exames laboratoriais e de imagem.


Avaliação clínica

Analisa os sintomas da paciente, como dor pélvica, sangramento vaginal e sinais de hemorragia interna, como tontura ou dor nos ombros.


Exame de sangue (Beta-hCG)


O Beta-hCG é um hormônio produzido pela placenta durante a gravidez.


Em casos de gestação ectópica, os níveis de hCG costumam aumentar mais lentamente ou de forma irregular em comparação com uma gravidez normal.


Ultrassonografia transvaginal


Esse exame é essencial para confirmar o diagnóstico, pois permite visualizar o útero, as trompas de falópio e identificar a localização do embrião.


Laparoscopia

Em alguns casos, podemos recorrer à laparoscopia, um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que permite visualizar diretamente as trompas e o útero.


Quais são as complicações de uma gestação ectópica não tratada?


Sem o tratamento adequado, a gestação ectópica pode levar a complicações graves e até fatais, incluindo:


Ruptura das trompas de falópio: aruptura pode causar uma hemorragia interna grave, com dor intensa e risco de choque hemorrágico.

Infecção abdominal (peritonite): o vazamento de sangue e tecido para a cavidade abdominal pode causar uma inflamação grave e potencialmente fatal.

Danos permanentes aos órgãos reprodutivos: em casos graves, pode ser necessário remover a trompa de falópio afetada, o que pode comprometer a fertilidade futura.

Risco de morte: embora raro, a hemorragia maciça ou infecções graves podem levar à morte se não forem tratadas a tempo.

Além das consequências físicas, a gestação ectópica também pode causar impacto emocional, incluindo tristeza, ansiedade e medo de futuras gestações.


Qual o tratamento mais indicado para a gestação ectópica?


O tratamento depende da gravidade do caso e da localização da gestação ectópica.


Em casos diagnosticados precocemente, podemos utilizar medicamentos para interromper o crescimento do embrião, como o metotrexato.


Essa abordagem é indicada quando a trompa ainda não foi rompida e o embrião é pequeno.


Se houver risco de ruptura ou se a trompa já tiver sido rompida, será necessária uma cirurgia para remover o tecido ectópico. Os procedimentos podem incluir:


  • Salpingostomia: remoção do embrião, preservando a trompa.
  • Salpingectomia: remoção da trompa de falópio danificada.


A laparoscopia é a técnica mais comum para realizar essas cirurgias, mas, em casos mais graves, pode ser necessário um procedimento aberto (laparotomia).


Atenção aos sinais e prevenção


Embora nem todas as causas de uma gestação ectópica possam ser evitadas, estar atenta aos sinais do seu corpo e realizar consultas ginecológicas regulares pode fazer toda a diferença.


A consulta médica antes de engravidar, na fase de planejamento, é essencial para avaliar a saúde da mulher e identificar potenciais fatores de risco para complicações, como a gestação ectópica. 


Durante essas consultas, podemos investigar condições como infecções, histórico de cirurgias nas trompas ou doenças pélvicas que aumentem o risco dessa condição. 



Além disso, iniciar o pré-natal assim que a gravidez for descoberta é fundamental, pois permite a realização de exames precoces, como ultrassonografias e testes de sangue, que ajudam a identificar uma possível gestação ectópica logo no início. 


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Essa detecção precoce aumenta as chances de um tratamento seguro e reduz os riscos à saúde da mulher.



Então, se você está planejando engravidar ou já está grávida, agende uma consulta com a ginecologista e garanta um acompanhamento adequado!


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Formação da Dra. Graziele Cervantes

  • Ginecologista e Obstetra formada pela Maternidade Darcy Vargas - SC em 2016;
  • Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2016-2018);
  • Curso de Imersão em Laparoscopia em Clermont-Ferrand, França (2019);
  • Especialização em Longevidade e Medicina Ortomolecular;
  • Médica Assistente do Setor de Endoscopia Ginecológica e Endometriose da Santa Casa de São Paulo;
  • Professora da Pós Graduação de Videoalaparoscopia e Histeroscopia da Santa Casa de São Paulo - NAVEG;
  • Mestra da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
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