O corrimento esverdeado é uma manifestação que pode causar dúvidas e desconforto nas mulheres.
Em condições normais, a secreção vaginal tem um volume diário de 5 a 10 ml, não apresenta odor desagradável e é incolor ou esbranquiçada.
Entretanto, sob determinadas infecções, pode ocorrer um desequilíbrio, tanto em termos de quantidade quanto de características, resultando no aparecimento de um corrimento incomum.
Assim, é de extrema importância buscar ajuda médica ao perceber mudanças na secreção vaginal, a fim de obter um tratamento adequado, acompanhe neste artigo!
O que pode causar um corrimento esverdeado?
Muitas vezes, o corrimento de tonalidade esverdeada e odor desagradável está relacionado à presença de um protozoário chamado Trichomonas vaginalis.
Essa condição é considerada uma infecção sexualmente transmissível, já que o parasita é transmitido de uma pessoa infectada para outra durante o ato sexual.
No caso das mulheres, o protozoário é capaz de afetar diversas áreas do aparelho genital, como a vulva, vagina e o colo do útero.
Ademais, a infecção também pode atingir partes do sistema urinário, como a uretra e a bexiga.
Existem outras infecções relacionadas a esse tipo de corrimento?
O corrimento esverdeado, que também pode apresentar-se como amarelado, pastoso e, muitas vezes, bolhoso, é geralmente causado pelo protozoário Trichomonas vaginallis, condição chamada de tricomoníase.
Entretanto, outras condições também podem provocar secreção com aparência semelhante, como por exemplo:
- Vulvovaginite;
- Gonorreia;
- Clamídia;
- Doença pélvica inflamatória.
Assim, é essencial procurar a ginecologista para obter um diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado para o seu caso.
Quais outros sintomas podem acompanhar o corrimento esverdeado?
Além da secreção esverdeada, algumas mulheres também podem apresentar outros sintomas quando infectadas pelo Trichomonas vaginalis, como:
- Coceira ou irritação vulvar;
- Odor desagradável;
- Ardor ao urinar;
- Dor durante a relação sexual;

É importante ressaltar que nem todas as mulheres infectadas apresentarão todos esses sintomas e nem na mesma intensidade.
Ademais, algumas pacientes podem ser assintomáticas ou ter sintomas leves, enquanto outras experimentam efeitos mais graves.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento para o corrimento vaginal esverdeado?
A confirmação da tricomoníase como causa do corrimento esverdeado só pode ser feita pela ginecologista, pois outras condições também podem causar corrimentos semelhantes.
O diagnóstico envolve exame físico no consultório, escuta dos sintomas e encaminhamento para testes como Papanicolau e cultura de secreção vaginal.

Assim, o tratamento dependerá do diagnóstico, e pode exigir o uso de antibióticos, antifúngicos ou anti-histamínicos.
No caso de tricomoníase confirmada, antibióticos devem ser administrados por via oral e/ou creme vaginal.
Dessa forma, para aliviar os sintomas da infecção e prevenir complicações futuras, é essencial seguir o tratamento rigorosamente conforme a orientação da especialista em saúde feminina.
Caso contrário, a paciente corre o risco de continuar transmitindo o parasita para outras pessoas.
Além disso, recomenda-se tratar também o parceiro (a) sexual, mesmo que não apresente sintomas, pois o par pode ser portador assintomático da doença.
Seguindo o tratamento de forma correta, é possível eliminar a tricomoníase no prazo de cerca de uma semana.
O que pode acontecer se a paciente não buscar a ajuda da ginecologista?
Se a paciente demorar para buscar a ajuda da ginecologista para um corrimento esverdeado, algumas complicações podem surgir.
Assim, os sintomas relacionados podem se tornar mais intensos e desconfortáveis.
Dessa forma, será possível perceber o aumento do corrimento e da dor, odor fétido e coceira intensa.
Em casos mais graves, as infecções vaginais podem progredir para doença inflamatória pélvica, comprometendo assim o útero e as tubas uterinas.
Esse estágio mais grave da doença pode levar a complicações e, muitas vezes, requer internação e tratamento hospitalar, podendo até mesmo exigir cirurgia.
Por isso, é essencial que a paciente procure um ginecologista assim que observar que o corrimento vaginal se tornou esverdeado.
Além disso, para ter acesso a um tratamento precoce para essa ou qualquer outra condição, realize ao menos uma consulta anual com a ginecologista e mantenha os seus exames em dia!
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Formação da Dra. Graziele Cervantes
- Ginecologista e Obstetra formada pela Maternidade Darcy Vargas - SC em 2016;
- Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2016-2018);
- Curso de Imersão em Laparoscopia em Clermont-Ferrand, França (2019);
- Especialização em Longevidade e Medicina Ortomolecular;
- Médica Assistente do Setor de Endoscopia Ginecológica e Endometriose da Santa Casa de São Paulo;
- Professora da Pós Graduação de Videoalaparoscopia e Histeroscopia da Santa Casa de São Paulo - NAVEG;
- Mestra da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.