A embolização uterina é uma alternativa eficaz e minimamente invasiva para tratar miomas.
O mioma uterino é um tumor benigno que se desenvolve no útero e pode ser assintomático ou provocar uma série de sintomas desconfortáveis, como sangramento menstrual intenso, dor abdominal, entre outros.
Nesse sentido, a embolização uterina é capaz de reduzir o tamanho dos miomas, proporcionando alívio dos sintomas e melhorando a qualidade de vida das pacientes.
O que é a embolização uterina e qual é o objetivo desse procedimento?
A embolização uterina é uma técnica altamente eficaz e minimamente invasiva empregada no tratamento de miomas uterinos.
Esse procedimento inovador envolve a introdução de agentes embólicos nas artérias que abastecem os miomas, resultando na diminuição significativa do seu tamanho.
Dessa forma, aproximadamente 90% das mulheres submetidas à embolização de mioma relatam um alívio considerável dos sintomas relacionados ao mioma.
Além disso, realiza-se a embolização de mioma uterino como um procedimento ambulatorial ou com um curto período de internação.
Quando é preciso considerar a embolização uterina como uma opção de tratamento?
A embolização uterina é uma opção de tratamento quando a paciente obtiver o diagnóstico de miomas uterinos e se enquadrar nas seguintes situações:
- Sintomas graves: quando os sintomas relacionados aos miomas uterinos afetam significativamente a qualidade de vida de uma mulher;
- Desejo de Conservar o Útero: para mulheres que desejam preservar o útero, seja para futuras gestações ou por razões pessoais;
- Contraindicações Cirúrgicas: algumas mulheres podem não ser candidatas adequadas para a cirurgia devido a condições ou a outros fatores que aumentam os riscos da cirurgia;
- Falta de Resposta a Outros Tratamentos: quando outros tratamentos, como terapia hormonal ou medicamentos para dor não se mostram eficazes;
- Tamanho e Número dos Miomas: a embolização é frequentemente eficaz em casos de miomas múltiplos ou grandes;
- Preferência pela Abordagem Minimamente Invasiva: muitas mulheres preferem abordagens menos invasivas em comparação com cirurgias tradicionais.


Como o procedimento é realizado?
A embolização uterina se inicia com a introdução de um cateter através de uma pequena punção na região da virilha.
Uma vez que o cateter está adequadamente posicionado, realiza-se a injeção de um agente embólico diretamente nas artérias que fornecem sangue aos miomas.
Isso tem o efeito de obstruir o fluxo sanguíneo para os miomas, privando-os de nutrientes vitais e desencadeando, assim, a redução gradual do tamanho dos miomas.
Após o procedimento, essa minúscula abertura na pele é geralmente coberta por um curativo.
Para garantir o conforto e a segurança da paciente, é comum que ela permaneça internada por um dia, recebendo medicação para controle da dor e sendo cuidadosamente observada.
Quais são os principais benefícios da embolização uterina em comparação com outras opções de tratamento?
A embolização de mioma uterino é um procedimento realizado sob anestesia local e sedação, notoriamente menos invasivo do que as alternativas cirúrgicas, como a miomectomia (remoção do mioma) ou a histerectomia (remoção do útero).
Assim, diferentemente das intervenções cirúrgicas tradicionais, a embolização não requer qualquer incisão cirúrgica.
Então, a recuperação após o procedimento é mais rápida em comparação com a cirurgia.
Geralmente, a alta hospitalar ocorre no dia seguinte ao procedimento, permitindo que a paciente retome suas atividades em pouco tempo.
Além disso, estudos têm demonstrado que o crescimento de miomas tratados ou o desenvolvimento de novos miomas após a embolização é raro.
Isso ocorre porque todos os miomas presentes no útero, inclusive os nódulos em estágio inicial, que podem ser muito pequenos para serem detectados em exames de imagem, são tratados durante o procedimento.
Existem riscos e possíveis efeitos colaterais associados ao procedimento?

Embora a embolização de mioma uterino seja um procedimento altamente eficaz, é importante reconhecer que nenhum procedimento está completamente isento de riscos.
Estes riscos podem incluir possíveis danos ao vaso sanguíneo, formação de hematomas ou sangramento no local onde o acesso vascular é realizado.
Entretanto, quando conduzido por uma cirurgiã experiente, a probabilidade de ocorrer qualquer um desses eventos é inferior a 1%.
Outros riscos associados a esse procedimento incluem:
- Possibilidade de migração de um agente embólico para uma área inadequada, privando o tecido normal de seu suprimento sanguíneo;
- Eventual ocorrência de reações alérgicas ao contraste usado durante o procedimento;
- Uma proporção de aproximadamente 2 a 3% das mulheres pode eliminar pequenos pedaços de mioma após a embolização, especialmente quando o mioma está na cavidade uterina;
- Cerca de 10% das mulheres podem não responder à embolização e, consequentemente, podem precisar de cirurgia;
- Quanto à fertilidade, ainda não há uma resposta definitiva, embora haja relatos de gestações saudáveis em mulheres que passaram pelo procedimento;
- Não se pode prever se a parede uterina foi enfraquecida pela embolização, o que pode ser um problema durante um futuro parto.
Reforçamos que a embolização uterina oferece uma abordagem eficaz para o tratamento de miomas, mas é sempre essencial considerar possíveis riscos e discutir com a ginecologista a melhor via de tratamento para o seu caso.
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Formação da Dra. Graziele Cervantes
- Ginecologista e Obstetra formada pela Maternidade Darcy Vargas - SC em 2016;
- Especialização em Endoscopia Ginecológica e Endometriose pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2016-2018);
- Curso de Imersão em Laparoscopia em Clermont-Ferrand, França (2019);
- Especialização em Longevidade e Medicina Ortomolecular;
- Médica Assistente do Setor de Endoscopia Ginecológica e Endometriose da Santa Casa de São Paulo;
- Professora da Pós Graduação de Videoalaparoscopia e Histeroscopia da Santa Casa de São Paulo - NAVEG;
- Mestra da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.