Estas anomalias decorrem de distúrbios na formação, fusão ou reabsorção dos ductos Müllerianos, que são essenciais para a constituição do útero, das trompas de Falópio e da parte superior da vagina.
Assim, é importante estar atenta aos principais tipos de malformações uterinas Müllerianas, suas implicações para a saúde reprodutiva feminina e as principais abordagens de diagnóstico e tratamento.
As malformações uterinas, também conhecidas como anomalias Müllerianas congênitas, são um espectro de anormalidades que resultam de processos defeituosos na fusão embriológica ou falhas na recanalização dos ductos de Müller.
Esses ductos são estruturas essenciais no desenvolvimento embrionário feminino que, normalmente, evoluem para formar a parte superior da vagina, o útero e as trompas de Falópio.
Quando há uma fusão defeituosa ou falhas na recanalização desses ductos, pode ocorrer uma variedade de malformações no útero, afetando sua estrutura, forma ou funcionalidade.
A incidência exata dessas malformações é difícil de determinar, pois muitas mulheres com essas anomalias podem não apresentar sintomas e, portanto, podem nunca ser diagnosticadas.
No entanto, estudos na população geral mostram uma incidência que varia entre 3 a 5%.
Essa taxa de incidência é semelhante à encontrada na população de mulheres que enfrentam infertilidade, sugerindo uma possível correlação entre malformações uterinas e dificuldades para conceber.
As malformações uterinas são classificadas com base em falhas específicas que ocorrem durante o desenvolvimento embriológico dos ductos Müllerianos, o qual se completa por volta da 12ª semana de gestação.
Este processo envolve o desenvolvimento e a fusão dos ductos Müllerianos e a reabsorção do septo mediano, culminando na formação do útero, das trompas uterinas e do terço superior da vagina.
Quando ocorrem falhas nesse processo, diferentes tipos de malformações uterinas podem surgir, classificadas, principalmente, como:
Agenesia
Esta condição é caracterizada pela presença de cornos uterinos rudimentares ou pela ausência total da estrutura uterina.
Uma manifestação específica dessa condição é a Síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser, que envolve a agenesia do terço superior da vagina além da malformação uterina;
Defeitos de fusão lateral
São o tipo mais comum de malformações uterinas e resultam de uma falha na formação de um ducto, na fusão dos ductos ou na reabsorção do septo entre eles.
As variantes incluem:
Defeitos de fusão vertical
Resultam da falha de fusão distal dos ductos Müllerianos com o seio urogenital ou de defeitos na recanalização vaginal.
Essas malformações podem levar à formação de septos vaginais, afetando a vagina e, potencialmente, a fertilidade e a gestação.
Os sintomas associados a anomalias Müllerianas podem diferir conforme o específico defeito presente, sendo muitas vezes silenciosos e difíceis de detectar sem exames específicos.
A dor é uma das manifestações clínicas mais comuns, podendo surgir no começo da fase reprodutiva devido a bloqueios ou estar ligada à endometriose.
Por isso, embora essas anormalidades não impeçam a concepção ou a fixação do embrião, a ausência de um diagnóstico precoce pode levar ao reconhecimento dessas condições somente após o surgimento de problemas obstétricos, como:
Os riscos associados ao desenvolvimento de malformações uterinas podem ser significativos, especialmente quando se trata de questões relacionadas à fertilidade e à gestação.
Embora a incidência de malformações uterinas na população geral varia entre 3 a 5%, essa porcentagem aumenta consideravelmente em grupos específicos de pacientes.
Particularmente, em pacientes que enfrentam abortamentos recorrentes, a incidência de malformações uterinas aumenta para 12 a 15%.
Esse número pode ser ainda mais elevado, chegando a 25%, em casos envolvendo abortamentos tardios e partos prematuros.
Frequentemente, as anomalias congênitas uterinas são identificadas durante exames ginecológicos de rotina ou enquanto se investiga causas de infertilidade ou problemas obstétricos.
Em alguns casos, anormalidades cervicais e vaginais podem ser detectadas por meio do exame físico.
Além disso, algumas obstruções que afetam o fluxo menstrual e resultam em dilatações podem ser identificadas através da palpação.
Diante das primeiras suspeitas mencionadas, a jornada diagnóstica geralmente prossegue com a realização de ultrassonografia transvaginal ou pélvica, empregada para explorar dor ou massas pélvicas, ou a histerossalpingografia, utilizada principalmente nos casos de infertilidade.
Ademais, dependendo dos achados, podemos recomendar exames adicionais, como a ultrassonografia tridimensional e a ressonância magnética.
O manejo das anomalias uterinas congênitas geralmente envolve procedimentos cirúrgicos destinados a corrigir a estrutura uterina e preservar a capacidade reprodutiva da paciente.
Tal abordagem é particularmente indicada para aquelas que enfrentam perdas gestacionais repetidas.
Porém, é fundamental entender que a cirurgia não garante resultados positivos em todos os casos, já que problemas vasculares ou funcionais no endométrio, miométrio e colo do útero podem ainda influenciar a fertilidade.
Entre as técnicas cirúrgicas disponíveis, a ressecção histeroscópica do septo uterino tem se mostrado como uma das opções mais seguras e eficazes.
Além disso, uma técnica de unificação dos cornos uterinos em casos de útero bicorno demonstrou promover resultados gestacionais positivos.
Por outro lado, a correção do útero didelfo não tem mostrado melhorias significativas nos resultados gestacionais, levantando dúvidas sobre sua eficácia.
Já pacientes com útero unicorno ou arqueado, na maioria das vezes, não são consideradas aptas para o tratamento cirúrgico.
Diante dessas informações, é essencial que mulheres com diagnóstico ou suspeita de anomalias uterinas busquem a orientação da ginecologista especializada.
A avaliação detalhada pela especialista é fundamental para determinar a necessidade de tratamento, escolher a abordagem cirúrgica mais adequada, se aplicável, e acompanhar de perto a paciente.
Portanto, em caso de dúvida ou sintoma relacionado à malformação uterina, agende uma consulta com a ginecologista.
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